Konrad Cunha Dantas criou um canal no YouTube para publicar videoclipes que produzia para artistas do funk. O ano era 2012 e o perfil de KondZilla cresceu, tornando-se o maior canal brasileiro na plataforma. Quando começou, ele acreditava que era uma pessoa que fazia vídeos e publicava na internet. Mas os contatos de interessados se tornaram tão frequentes – inclusive com ligações de madrugada – que ele percebeu que aquilo era mais do que diversão. KondZilla se viu como um vendedor.
O empresário e criador de conteúdo contou essa história durante o Web Summit Rio 2024. Ele subiu ao palco principal para falar sobre como se adaptar às demandas da economia criativa. A influenciadora digital Mari Maria também participou do bate-papo, mediado por Christian Rôças, cofundador e CEO da Flint.
Durante o painel, KondZilla disse que para seguir o caminho como criador de conteúdo não basta ter talento, é preciso ter uma estrutura de empresa. Ele citou o caso de plataformas que não pagam por visualização de vídeos, demandando que os creators tenham uma equipe comercial para lidar com essa frente, além de um empresário para atrair propostas.
“Só talento não é suficiente. Temos exemplos mal sucedidos de talentos que não quiseram montar estrutura, mas você precisa de alguém pra te ajudar a monetizar tudo isso”, apontou.
KondZilla seguiu pelo caminho mais estruturado, construindo uma base para alcançar o máximo de pessoas com o seu trabalho, mas o empresário revelou que as medidas engessaram o negócio. “Focamos em estruturar e pesou muito. Passamos a fazer menos conteúdo porque estávamos planejando demais e fazendo menos”, afirmou.
A vontade de KondZilla agora é retroceder e arriscar mais. O desafio do time é retomar a paixão pela produção de conteúdo. “A ingenuidade é boa porque você não sabe o que pode dar errado e sai tentando, além de sair mais barato”, comentou.
A saída vai ser adotar um método conhecido pelas startups: testar e errar para acertar. “Não vamos desestruturar, mas ser mais rápidos. Dizem que grandes empresas são como o Titanic, então quero voltar a ser um jet ski, experimentar e mudar de rota toda hora”, finalizou.
A cobertura do Web Summit Rio 2024 na Editora Globo é apresentada por Senac RJ, Itaú BBA, e conta com o apoio da InvestRio | Prefeitura do Rio de Janeiro.